24 outubro 2007

Soneto de Um Maldito

Ninguém vê a lava que me mata o sangue,
ninguém vê as asas que me encobre um corvo,
nem no lábio o beijo de um anjo torvo,
nem a cruz de erros de meu corpo langue...

Minha fada morre em um lago exangue,
minha estrela urra por um céu que é torto,
nos pulsos sinto um sonho grande e morto,
como querer que meu sangrar se estanque?

Sinto a tristeza de tudo que vejo,
trago em meus ombros um grave prejuízo,
das trevas do céu me caem os desejos...

Meus olhos te deixam escuros avisos,
horrores sussurram em todos meus beijos,
e chora um inferno em cada sorriso.

2 comentários:

  1. Me lembrou algo de Cruz e Souza, mas não sei o que!

    Parabéns, Alessandro ;D

    Abraço

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  2. Essas turbulências de existir, esses obscuros do espírito.
    Parabéns, meu caro viajante do país da alma.
    Paz e bem

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