12 setembro 2019

Sobre a Tua Vida Esmagada

onça atropelada
(pela estrada):
nenhuma lágrima
de ninguém
só teu sangue esparramado
a tua alma derramada
(pela estrada)
é mancha do que era:
para quem passa rápido
(que é preciso ir e vir
a correr e a sorrir)
tu foste de outra era
e agora és nada

tu sendo uma
és todos
que já não são
para que fosse
o progresso
(pela estrada ao nada)
quem se importa
na pressa?
tua existência
num mundo moderno
é inútil
é um excesso

sobre a tua vida esmagada
(pela estrada findada)
soprou um hálito
de so(risos)
a sonhar com beijos na noite
ou com sono de justos
ou em festas baladas
sobre a tua vida esmagada
(pela estrada esvaziada)

eu mesmo...
fiz o quê?
nada
só um poema
que também é nada
para quem o lê
(pela estrada...)

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