28 agosto 2018

Da Minha (P)Arte

da minha (p)arte
poeta é olho
saber a sina
palavra em montes 
por entre espinhos
poeta é nunca 
e é muita coisa 
bater o peito
do meu desfeito
poeta é pulso
fazer que sinta
ser tinto e nota
da minha porta
poeta é ir-se
dizer errado
entre o que é tido
por como certo
poeta é morte
de mais desejo
além da vida 
poeta é lábio
e sempre sangue
teu gesto exangue
é minha sorte
poeta é nada
só o nada fica
depois de tudo
o que partida
do que perdida 
poeta é fim
olhar ao Todo
virar em alma

sem uma palma.

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