21 junho 2016

Brasileiro não apoia greves

O texto abaixo escrevi e publiquei no blog há 3 anos, em 20 de junho de 2013. A publicação original pode ser conferida aquiRepublico parte do texto, tendo em vista a atual greve do magistério gaúcho. A seguir, o texto de 2013:

A sociedade brasileira em geral não apoia greves. Quase sempre fica contra os grevistas e a favor dos governantes, e exige que os grevistas voltem a trabalhar e negociem sem paralisações. É que a greve não é um protesto festivo e descompromissado. A greve, quando bem feita e organizada, fere profundamente o seio da sociedade. Porque é só neste momento, no da greve, que todos sentem na pele como determinada categoria trabalhadora faz falta às pessoas.

Mas então, o que ocorre? Por que quase sempre as greves não dão resultado no Brasil? Porque os governos ficam na situação cômoda de ter a sociedade a seu favor. As pessoas, sentindo-se prejudicadas com as paralisações dos serviços, não são capazes de se solidarizar com as reivindicações autênticas dos grevistas, daqueles trabalhadores explorados pelo mecanismo injusto do sistema. Não saem para as ruas com cartazes e palavras de ordem. Não exigem que o Brasil "acorde". Não saem trancar o trânsito e invadir congressos. Pelo contrário, ao invés de pressionar os políticos, pressionam os grevistas e acabam por tirar toda a força do movimento. 

É o que tem acontecido com as greves do magistério. Todos garantem estar a favor da educação, porém, na hora do "pega pra capar", quando a classe dos professores se manifesta de forma real e efetiva, não com protestos inofensivos, o que é que faz a sociedade? Indigna-se contra os professores, afirma que estão reclamando de "barriga cheia", que estão prejudicando inocentes, que são os seus filhos, que terão que recuperar aulas, que não poderão aproveitar a totalidade das férias...

Quero ver agora todos esses manifestantes que protestam nas ruas apoiar a primeira greve de professores que surgir em qualquer canto deste país. Quero ver a sociedade ficar a favor dos professores, como tem ficado com relação a tantas manifestações.






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