12 novembro 2014

De(x)ploração

ao erguer-se
a luz empurecida do sol
brilha a claridade etérica
de éter
das espumas dos rios
sangas
arroios
riachos
diachos

castelos
de espumas
em graças em graxas
erigidos no ares
desde os neandertais
e as formas alvas
das névoas
lépidas fétidas
de ovos
de povos
infinitos e intestinais

a serenidade impassível
intragável
das águas plácidas
pútridas
ácidas
básicas
aquelas águas plásticas
recobertas
pela camada espessa
de folhas flores
fetos e fezes

aquelas águas tranquilas
imperturbáveis
onde nem um peixe
causa alguma onda
ou movimenta a barriga
da cadela amarela
imóvel e redonda

aquelas águas-espumas
brancas brilhantes
fluorescentes
como resultado tardo
árduo
do haver...
de ter gentes

Um comentário:

Fábio Murilo disse...

Perfeito. Estúpida estética, tétrica, canção da decadência. Gostei!