13 fevereiro 2014

Silêncio

em breve
nem o longe
ao longe
no horizonte
em breve
o sempre
que será ontem
silêncio
esgotado
ao esgoto
de uma fonte

em breve
nem o leve
só o calo
das cordas
de um canto de ave
calado
num eterno vago
e nem neve
pássaro passado
desmanche
de rio
manchado
e um sorriso lasso
crasso
desmoronado
por entre olhos
de cuja luz
em breve
nem traço

e da árvore
que te arde
despencada
pancadas
de baques
entre abismo
folha por folha
abalada
entre os riscos
e os risos
de um cismo
em breve
nem cisco

em breve
nem nada
e que te leve
o desfeito

e a cova no peito
feita a pá e a enxada

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