21 fevereiro 2014

Nada a (me) Declarar*

o que há
no jornal de hoje que leio
( e já é ido
esquecido
como quem não foi escolhido
em um sorteio)
é o nada de amanhã
inútil fato fatídico:

o que é já foi
e o que vem
(como acontecimento)
já nasce sendo passado...
e nada restará do teu lado

tu, humanidade do agora
(és pior ou sempre a mesma?)
que observo
(como quem vê passar uma lesma)
vais me dizer o quê?

da filosofia uma oferta?
(cadáveres de boca-aberta)
esperanças de ilusões aladas?
(ridículos finais de piadas)
ou políticas das altas esferas?
(têm mais a me dizer as cadelas)

lá vaga o teu nada
(-adiantar)
nadando na baba
dos sapos dos sábios...
e o que eu farei
com tanta riso estúpido
derramado
do furúnculo
dos lábios?

aqui neste planeta exangue
(tu bem o sabes)
o que importa é o Sangue...

*Poema reelaborado e republicado.


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