17 janeiro 2013

Um Ato Infame e Vil


I

ser poeta
é estar bebendo ao fim da reta
tomando um porre de verdade
e vendo chegar aos trancos
e aos rastejos
o que resta
dos ridículos desejos
da humanidade

II

o verso é o outro caminho
do paralelo ao fracasso
onde sopra uma vida de vento
e uma (des)alma de aço

III

ser poeta é um ato infame e vil:
é saber
olhando nos olhos
de cada um
o quanto há de humano
e o quanto há de imbecil