18 novembro 2012

Verdade Tóxica


quem dera
deixar um algo
última verdade tóxica
como se fosse um resto de trago
no sujo fundo de um vaso
ou a brasa de um cigarro
inflamado
sendo sangue cuspe catarro
quem dera tirar um sarro
amargo
deixando um algo
manejado à foice
avançando à bala
um tapa um soco ou um coice
um vasto travo de droga
espuma do que se afoga
antigo cheiro de ópio
ao largo
mijo e baba de sapo
peçonha e saliva de cobra
um frasco negro de coca
e uma alta dose no sangue
de sal...

quem dera deixar um algo
verdade última e tóxica
que te acordasse
e te fizesse mal

4 comentários:

Unknown disse...

Envenenado!!
Muito bom. Amei!!!!
Palmas!!
beijos!!

Milene Lima disse...

Uau!!! Verbos em brasa, bem massa, rapaz!

Beijo.

Jéssica do Vale disse...

Poema de palavras rasgadas;
tenho apresso!

Matheus de Oliveira disse...

O ritmo forte e a escolha das imagens tornam o poema intensíssimo. Parabéns!