26 novembro 2011

A Farsa da OTAN e o Bom Governo de Kadhafi

Eu sempre considerei a dita "Primavera Árabe" um movimento superestimado pela mídia. Dizem que agora os países árabes antes dominados por ditadores "cruéis" serão democráticos. Eu, sinceramente, duvido dessa democracia. Primeiro: os árabes têm gosto por governos centralizados e autoritários, acredito que a democracia não funciona com eles. Segundo, porque muitos desses movimentos "democráticos" foram e são apoiados pelos EUA e pela OTAN, e todos sabem que o interesse deles pelos árabes se resume a três coisas: petróleo, petróleo e petróleo. 

Há países com ditadores no poder no Oriente Médio que são amigos dos EUA e, claro, os americanos não pretendem atacá-los. É o caso da Arábia Saudita. E esses mesmos países são economicamente prósperos, com altíssima renda per capita e com o IDH bem maior que o brasileiro. Era o caso da Líbia quando  Kadhafi estava no poder. Vejam o que diz o jornalista Rogério Mendelski, em sua coluna dominical no Correio do Povo, sobre o assunto:

"Será mesmo que a vida na Líbia de Kadhafi era insuportável e o povo vivia sufocado em seus direitos civis? Os novos dirigentes do país já anunciam que a nova Constituição terá como base a Sharia, a lei islâmica fundamentada no Alcorão. "Nós, como nação muçulmana, teremos a Sharia como fonte de nossa legislação. Daqui para frente, toda lei que entrar em conflito com os princípios do Islã será declarada legalmente nula", disse Mustafá Abdeljalil, presidente do Conselho Nacional de Transição"
(...)
As mulheres líbias que se preparem para uma nova vida caso se confirmem as palavras de Adbeljalil. Na Era Kadhafi, as mulheres tinham liberdade para dirigir seus automóveis, casavam com homens que amavam, havia divórcio e elas podiam exercer suas atividades profissionais, tais como advogadas, engenheiras, cientistas, jornalistas, funcionárias públicas e militares.
(...)
Com ironia, a revista aponta "os sofrimentos" do povo líbio com Kadhafi. Os jovens recém-casados recebiam do governo 50 mil dólares para a compra da casa própria e para dar início à vida familiar. Aliás, a casa própria na Líbia de Kadhafi era considerada como direito humano e universal. Não havia conta de luz na Líbia porque a eletricidade era gratuita para todos. Os bancos estatais não cobravam juros, por força de uma lei expressa. Educação e saúde eram rigorosamente gratuitas. Na compra do primeiro automóvel, o Estado oferecia uma subvenção de 50%. Os mesmos líbios que empunharam armas para derrubar Kadhafi ainda estão em dúvida se os seus direitos serão mantidos. As mulheres mais ainda.

Educação



Foi Kadhafi quem instituiu o ensino gratuito em todos os níveis, assim como a saúde pública. O cidadão líbio que não conseguia chegar à universidade desejada ou ter um tratamento médico-hospitalar adequado recebia um financiamento para buscar seus objetivos no exterior, além de um valor fixo de 2.300 dólares para moradia e transporte. A Líbia tem 25% de sua população com formação universitária.


Seguro-emprego

Se um jovem líbio concluísse o curso universitário ou técnico-profissional e não encontrasse colocação no mercado de trabalho, o governo pagava-lhe o salário médio da categoria ao qual ele iria pertencer, até ele encontrar uma vaga na sua atividade profissional.

Proteção estatal

O Estado líbio planejado por Kadhafi incentivava o jovem agricultor a permanecer na sua aldeia dando-lhe terra, casa, equipamentos agrícolas, sementes e gado, sem qualquer custo. Antes de Kadhafi cair, o litro de gasolina custava o equivalente a R$ 0,23 (10 centavos de euro).

Economia

A Líbia é (ainda) o país africano com o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), bem acima do Brasil. Sem dívida externa, o país tem (ou tinha) reservas estimadas em 150 bilhões de dólares. O auxílio-natalidade na Líbia é de 5 mil dólares, por filho nascido. Os líbios tinham bonificação sobre a venda de petróleo, a qual era creditada diretamente na conta de cada cidadão. Fica a dúvida: a Otan e os novos dirigentes líbios irão manter esses direitos conquistados no governo de Kadhafi?"

Enquanto isso, no Brasil...  Preciso dizer?


3 comentários:

Sara Lupeti disse...

O que acontece, eles lutaram pela saída da Ditadura, estão conseguindo, mais a não ditadura não é uma coisa do dia para noite, são costumes e tradições de longo período, embutido em toda uma sociedade.


Abraços.

Unknown disse...

Eu concordo!

A morte ou melhor o assassinato [Horrível] pleonasticamente falando, fez outra reviravolta. Os EUA, grandes ditadores, vão acabar com a Síria e todos os países que tenham petróleo e o povo ficará à mercê.

Breve seremos nós.

MUITO BOM E CORAJOSO!

Mirze

Anônimo disse...

Muito bem observado. Transformaram um dos melhores governantes do mundo árabe da noite para o dia num demônio! E o povo engole tudo isso sem questionar, sem pesquisar nada sobre os fatos. Por que o povo iria odiar um governante que lhe oferece a oportunidade de prosperar? Uma meia dúzia de arruaceiros, armados pelo ocidente, e uma mídia oportunista destruiram todo o futuro desse povo!