21 outubro 2011

Não, Pelo Contrário

a palavra
quando é bem dita
nunca é a que está escrita
poesia é o que não se espera dela
é o que pulsa pelo onde que não é
do outro lado de um outro além
de sombra cristalina
que não se encontra
nem aqui nem na china

a minha palavra
que agora está a te atingir
está a tingir-te de outro vinho
mais tinto
que tu não vês
a poesia é um sangue espalhado
entre o de mim
e o em vocês

surgida de onde não se quer
e daquilo que não se aceita
a poesia é o que há de mais sublime
saído da vida mais imperfeita

a poesia
é um ar que trago
mas não respiro
por isso é que errei em tudo
para acertar com  minha palavra
como se fosse um tiro

6 comentários:

Unknown disse...

QUE COISA MAIS LINDA, REIFFER!

A cada dia, uma surpresa boa por aqui. Perfeito, poesia é assim.

Beijos

Mirze

Lucas Repetto disse...

Assim como as cartas de Rilke(...) as palavras tornan-se donas de si próprias mediantes a vida que as fazem mas não as entendem. Tiradas das entranhas são elas o vinho que contagia o sangue.

Luna Sanchez disse...

A palavra é arma, certeza. E nem todas as armas ferem, tudo depende do manejo.

;)

Muito bom, moço, muito bom!

Um beijo.

Leonardo Batista disse...

Óh, fui atingido!

Zélia Guardiano disse...

Reiffer, meu querido
Você tem uma pontaria ...
Atinge-me, sempre, com seus versos, da forma mais absoluta...
Lindo!
Abraço

Sandra Gonçalves disse...

E tuas palavras são como agua limpida, formando um oceano de cristalinas emoções.
Bjos achocolatados