26 agosto 2011

Demônio


som de tormenta e vingança
somente a Marcha é que avança
lua e infortúnio na tarde
doença de um sol que não arde
céu que se cai e desmancha
som de teu lábio e vingança

lábio de seca esperança
um vulto então que te alcança
lago de funda desgraça
morte que olha e não passa
olho no abismo se lança
lábio de valsa esperança

valsa ao desejo que dança
baratas pela tua trança
sonho que nunca me leva
sangue afogado na treva
Marcha de morta esperança
valsa ao Demônio que dança...


3 comentários:

Anônimo disse...

Sério, não tenho palavras. Você descreveu tão bem "essa realidade demoníaca", se assim posso dizer. Só posso concluir que o Demônio é feio em todos os aspectos e sentidos.

Davi Machado disse...

Lembra do "Harmonia da Tarde" de Baudelaire? claro que lembra hehe!
ótimo poema!! lindo mesmo!

Anônimo disse...

Sente-se VINGANÇA espalhada,derramada!

Os mistérios da arte na expressão de cada palavra e o sentido de cada letra esculpindo o poema.

Perfeito!