20 maio 2011

Um Momento do Vento

se fosse um quando antes ao depois
talvez agora eu estivesse
mas sempre é tarde
quando se chega cedo
quando se pensa na oportunidade
o que é possível já passou
se te lacei um raio de sol
é porque ao laço já me raia a lua

porém
talvez quando
o tudo já for passado
venha o retorno da hora da volta

quando não se deseja e não se espera
a observação é silêncio por si
(observe apenas)
e é como a serpente
que se envolve em seu vago
e atenta-se quando o atento se distensa

o vento velado sempre passa
e há que se laçar seu passe
naquele instante que é
e não podia de-ser:
o que há-de, sempre haverá
quando ao que de si se sai
não houver saída
será o meu desígnio
o de beijar-te a (à) vida

6 comentários:

Laura Brandão disse...

As vezes precisamos pensar em nossas palavras, parar e observar cada detalhe, cada sentindo antes de finalmente falar.

Meme Vergara disse...

Precioso.
Besos.

Bete Nunes disse...

Um belo vendaval, poético.

Luiz Rosa Jr. disse...

Muito bom.

Anônimo disse...

Vc escreve a vida como é: ríspida, o fim sempre ao lado, mas poética.

Bom ler poetas com quem muito nos identificamos!

Agnes Mirra disse...

Um momento de prazer...