05 maio 2011

Um Enigma (Trágico)

quando a estrela não brilha
o sonho reflete ao contrário:

segredo jamais segregado
tornou-se o fim da glória de César
o que era de César
a César nunca foi dado

um adeus ao vermelho de sangue
da capa derramada no peito

se colocares ao espelho o que digo
verás que o que é dito não é o que é escrito
e não há outro jeito

é que a estrela caiu dentro em um lago
quando a colhi para ir mais ao alto

e quando a estrela é sem luz
o sonho reflete invertido...

o legionário caiu do cavalo
e o digo em palavras do fim ao começo
do sonho só o  s  é bonito...

se o beijo osculou-se de um corvo
em angelical adejo
sempre a maldição se assoma:
Nunca Mais um poema de roma.

6 comentários:

Davi Machado disse...

Nevermore, nevermore...
Agradável poema.

"segredo jamais segregado
tornou-se o fim da glória de César
o que era de César
a César nunca foi dado"

Gostei muito desta parte.

Zélia Viana Paim disse...

Que poema mais lindo!
É bom te ler ao amanhecer!
Beijo.

angela disse...

Os fatos sempre são diferentes da narrativa oral que por sua vez é diferente da escrita e mudam com o tempo e com quem escreve ou conta.
Agora, que Cesar se deu mal isso se deu e com ele o sonho do império romano começou a ruir. Que bom que nada perdura!!
abraços

Meme Vergara disse...

Me encantaron tus versos.
Besos.

Camila Monteiro disse...

Foi sem duvidas uma época poética... adorei esses versos!

Bete Nunes disse...

E o que era de César, de César foi tirado...