04 agosto 2009

Poesia Velha

gata de canto holocáustico
de coruja pingando na geada:
minha poesia velha
é lâmina de espada
desembainhada

gota de choro noctívago
de neve exaurindo-se a luz:
minha poesia velha
é tigre esfomeado
arrebatando cruz

Goethe de destino fáustico
de frio naufragando no amor
minha poesia velha
é relâmpago pela janela
na festa do leitor

5 comentários:

Aмbзr Ѽ disse...

muito belo esse post. a métrica sutil das palvras é extremamente perceptível na leitura pausada em voz alta. só posso dizer que gosto muito de poemas assim.

Blog Suicide Virgin

Davi Machado disse...

Simbólico!
é quase fatal o prazer de ler uma poesia assim, nem sei o que dizer, isso é a arte em total pureza!
pasmo com o desfecho, a imagem nublada contrastando com a 'festa'!
belíssimo!

Anônimo disse...

"é relâmpago pela janela
na festa do leitor"

Essa é uma sensacional imagem, muito expressiva e significativa. Podemos entender de várias formas, mas creio que há uma que a centraliza...

André Vieira

Unknown disse...

Alessandro, tomei a liberdade de incluí-lo nas indicações do meu blog como entretenimento inteligente, dada a qualidade das suas linhas. Espero que não haja problemas. Abraços.

Shadow disse...

Adoro o sistema métrico... e diria mais, sua poesia velha é fenomenal... loool