11 fevereiro 2009

Dengue, Febre Amarela, Leishmaniose

Apenas um pequeno comentário, pois o objetivo deste blog não é realizar análises de fatos do cotidiano, como os leitores já devem ter percebido. No entanto, reservo-me o direito de fazê-lo, quando julgar oportuno.

Há poucos anos atrás, e sou testemunha disso, ouvíamos dizer que o RS estava livre da dengue, uma vez que o clima frio do inverno impedia a proliferação do mosquito transmissor. Pois bem, ano passado tivemos uma epidemia de dengue no estado, que pode se repetir em 2009.

O último caso de febre amarela no RS havia sido em 1966, e a doença sempre foi raríssima aqui. Agora, em poucos meses, vários gaúchos foram vitimados pela doença, sendo ela contraída aqui, em nosso território. Se ainda não é uma epidemia entre os humanos, o mesmo não se pode dizer entre os indefesos bugios, as maiores vítimas do mosquito da febre amarela.

Ainda mais recentemente, em São Borja, surgiram casos de leishmaniose em cães e humanos, outra doença transmitida por mosquitos, o mosquito-palha. Diga-se de passagem que essa era outra doença praticamente inexistente no RS.

Mas o que mais me impressiona é que as autoridades responsáveis pela saúde no Estado parecem não demonstrar o mínimo interesse em procurar as causas do surgimento dessas doenças. Ou será que sabem as causas e não querem divulgar? Por que os mosquitos estão se proliferando tanto? Pela devastação das matas que os abrigavam, que cria ambientes favoráveis para sua multiplicação? Pela aniquilação dos predadores naturais dos mosquitos, em particular as aves, vítimas anônimas dos agrotóxicos, da caça, do tráfico? Pela formação irrefreável de inúmeras barragens de hidrelétricas no interior gaúcho, que além de inundar grandes áreas florestais, cria condições para o desenvolvimento das larvas dos mosquitos?

Ou será pelo aquecimento global, o qual muitos insistem em negá-lo? Todos sabem que quanto mais quente, melhor para os mosquitos, e para os insetos em geral. Ou será todos os motivos reunidos? São respostas? Não, são perguntas. Quem as responderá?

Um comentário:

Anônimo disse...

Certamente, não querem falar muito das causas...

André V.